segunda-feira, 15 de julho de 2013

REFXÃO DO DIA !



CONFISSÃO!

Era uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.
De quem se trata? Quase ninguém sabe. Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta deste amigo. Ninguém para dizer adeus ou até breve.
Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo dos olhos de raras lembranças deste certo amigo, onde aquele amigo havia passado boa parte da sua vida, no esquecimento. Quando uma pessoa responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações. Eram anotações sobre a dor… Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonado pela família, pelos seus amigos... Todos os atores, desta vida salgada de realidades.
Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafadas em algumas frases:
Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças tridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas, talvez, que não puderam me visitar, mesmo que fosse através de um telefonema, ao menos para dizer “olá, AMIGO.”?
Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono… A mais deprimente solidão… Se ao menos eu pudesse andar de novo pelos corações que me abandonaram… Mas dependo das mãos generosas desse anônimo responsável pela limpeza, que me levam todos os dias para tomar sol no jardim… Jardim que já conheço como a palma da minha mão, este jardim é o retrato falado de toda a minha vida.
Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho… Os dias passam… e com eles a esperança se vai…
No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei… Mas, agora… como esquecer que fui esquecido? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia? Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfazê-lo.
Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima… Queria saber dos meus filhos… dos meus netos… e dos meus AMIGOS. Será que ao menos se lembram de mim?
A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos… que a arrastam sem misericórdia… para longe de mim.
Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim… É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue do desprezo e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria… Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo… que eu vivo… que eu sinto…
Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado… E essa é a única esperança que me resta…
Sinto que há minha hora está chegando…
Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e AMIGOS que internam a amizades por esquecimentos premeditados e jamais os visitam…
Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado…
Assinado: o AMIGO, que você perdeu dentro do seu “EU”, pois muitos depois de saciar das utilidades de seus momentos difíceis, se esquecem de que as histórias se repetem com pessoas diferentes, podendo até amanhã VOCÊ que me leu até agora ser, uma delas.
REFLEXÃO: virar as costas, não é a solução. Pois o seu afastamento de um amigo porque ele está com dívidas, com certeza, a dívida que VOCÊ está contraindo com este amigo são impagáveis, e esta nunca irá caducar... É pra sempre!
UM AMIGO ABANDONADO!

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