sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Periferia na cena




Periferia na cena

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por Thaís TostesSeguir , NINJASeguir  
A Portelinha, comunidade periférica de Campos-RJ, foi ocupada pelo mutirão "Nós por Nós", iniciativa que mixou graffiti, rap, passinho e outras ações, sem o apoio de governos e grupos privados.

 A Portelinha é uma comunidade periférica localizada em Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Centenas de famílias residem no espaço habitacional composto por moradias verticais. As crianças da Portelinha são em dezenas e se divertem muito entre os prédios da comunidade – brincando de bola, correndo, dançando passinho. No último final de semana, a comunidade esteve em festa — ela foi ocupada pelo mutirão de graffiti “Nós por Nós”, quando grafiteiros dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais jogaram muitas cores em seus muros. O evento foi uma iniciativa coletivo-colaborativa, resultado de uma parceria entre a comunidade e os artistas, sem nenhum apoio de órgãos governamentais ou grupos privados.

— A única instituição que constantemente tem algum tipo de ação na Portelinha é a Polícia Militar. Nenhuma instituição ligada aos governos estaduais e municipais vai lá fazer qualquer coisa para provocar alguma mudança que melhore a vida dessas pessoas. Quando pensamos em arte e cultura como agentes transformadores dessa condição, nós artistas, juntamente com a comunidade, pensamos e estamos fazendo algo Nós por Nós mesmos! — explicou Andinho Ide, artista do graffiti e um dos organizadores do mutirão.

O “Nós por Nós” mixou graffiti com outras linguagens artístico-culturais. No graffiti, estiveram várias tags — como Talu, Fawe, Kane KS, Dog Jam, Misterbod, Peds, Panda, Raios, Rafael New, Gyn, Do Meio, Tá Na Rua Graffiti. Mandando rap ao vivo, esteve o grupo Sokak Rap; na batalha de rima, marcou presença o MC Slow da BF; no passinho, as crianças mais novinhas da comunidade arrasaram, sob a orientação de integrantes do grupo “Um passinho para a mudança”. O som pesado também foi feito pelo grupo Unidade Sound System, pelas bandas Dedo da Macaca e Feeling Irie, e pelo DJ Jason.

No som, chegou em peso o Unidade Sound System. Foto: Thaís Tostes, para o Ninja
Também rolou doação de brinquedos e sessão de cinema para a criançada — um projetor de imagem e um fundo branco proporcionaram que aquelas crianças e adolescentes tivessem acesso pela primeira vez à sétima arte. O “Nós por Nós” aconteceu no sábado e no domingo. Após o evento, a comunidade continuou em festa, promovendo seu tradicional baile funk.

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